Cine-mundial (1921)

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CINE-MUNDIAL Seccao Luso-Brasileira Os Exploradores de Sertão e a Cinematographia — methodos e regras cinematographicas no film “O Fruto Prohibido” — Varias EXPEDICAO dirigida pelo Dr. Leonard John Vandenbergh aos sertões da Afri ca Central deu tão bons resultados scientificos, que Jesse L. Lasky, Vice-Presidente da Famous Players-Lasky Corporation, ja declarou estar prompto a financiar outras expedições ás regiões do globo terrestre ainda pouco exploradas. A expedicáo chefiada pelo Dr. Vandenbergh descobriu uma raça de pygmeus no interior da floresta do Congo, a duzentas milhas oéste do Lago Alberto Nyanza. Está claro que essas expedicoes teráo de cinematographar os habitantes e as regiões por onde passarem, regressando com os films descrevendo a viagem emprehendida. As regiões onde ha probabilidades de fazer descobertas scientificas, serão as preferidas. E interessante observar que os exploradores, principalmente os da Africa, marcaram as suas expedições bem distinctamente, designando-as de missionarias, litterarias e cinematographicas. Em 1940, David Livingstone foi enviado para os sertões da Africa pela Seriedade Missionaria de Londres. O seu principal objecto, como o de quasi todos os missionarios, era espalhar as doutrinas cristans. Mas Livingstone ampliou o seu trabalho como missionario e fez explorações que chamaram pela primeira vez a atenção do mundo civilisado para as florestas africanas. Foi elle o primeiro a fazer a topographia das montanhas, lagos e rios da Africa, o que foi considerado um dos melhores trabalhos do seculo dezenove. Foi tambem elle que iniciou o movimento da abolição da escravatura africana. Não foram poucos os resultados obtidos por Livingstone durante os trinta annos que trabalhou na Africa e quando deixou de dar noticias suas, organisou-se a expedição Stanley. Isto foi no anno de 1871. Todos julgavam que Livingstone tinha fallecido na Africa Central e Henry Morton Stanley chegou a convencer-se d'esse doloroso facto. Foi então que James Gorden Bennett, editor do jornal “New York Herald” o unico a não acreditar na morte de Livingstone, exigiu que Stanley o procurasse. Foi essa expedição que chamou a attenção do mundo inteiro para o Jornal “New York Herald” e effectivamente em Ujiji a 10 de Novembro de 1872, Stanley saudou o veterano com a seguinte phrase historica: “Sois o Dr. Livingstone, presumo eu?” Foi o Dr. Vandenbergh, missionario catholico, que depois de ter estado oito annos na Africa Central, propoz ao Snr. Lasky cinematographar varias tribus africanas, o que ninguem tinha feito antes. Elle, como Livingstone, foi para a Africa afim de propagar a religião christan. Voltou com films da raça dos pygmeus que Livingstone e Stanley tambem ja tinham encontrado nas suas viagens. Trouxe tambem descrições scientificas de grande interesse para o Museu Americano de Historia Natural e para a Sociedade Nacional de Geographia. Nas regiões polares, nas montanhas da America do Sul, em ilhas tropicaes, ha regiões que ainda não são conhecidas do homem branco e que são campos virgens para a cinematographia. Quem quizer imitar o Dr. Vandenbergh e o Professor Shattuck que o acompanhou, deve aproveitar esta opportunidade e a historia ha de reservar-lhes um logar ao lado de Livingstone e Stanley. A Casa de Betty Em uma bella manhã em que o sol brilhava orgulhoso no firmamento a actriz Betty Rose ABRIL, 1921 < York — Chistes e Pilherias Neoyorkinas. (Por José Cunha) Clark estava tomando café e lendo um jornal. De repente, com a chicara suspensa em uma das mãos, exclamou: “Valha-nos Santo Antonio, minha mãi! O dono do predio tornou a augmentar-nos o aluguel da casa! Isto é demais!” “O que havemos de fazer”, redarguio a velha senhora: “Construir uma casa para nós”, disse Betty. “Mas minha filha, isso é uma tolice. Ma teriaes de construcção custam ‘os olhos da cara’!” Betty, porém, não desanimou e disse: “Hei de construir a nossa casa com um pequeno jardim de rosas e com uma linda vista para as montanhas.” “Aposto uma grande caixa com bonbons de chocolate”, continuou ella, “como havemos de possuir uma casa?” i E a aposta foi acceite, não sem um sorriso descrente da velha mai, pois sabia pela longa experiencia da vida que uma casa: precisa, Alem de pedra, cal e areia, de milhares de coisinhas, como ferrolhos, vidracas, etc. “Certamente”, continuou Betty, “que náo ha de ser um palacete. Teremos sómeénte uma grande sala de visitas, dois quartos de dormir, uma sala de jantar bem espacosa, uma boa cosinha e um magnifico banheiro.” “Ah, esqueci-me da mobilia, que tambem actualmente custa um dinherão”... mas como não ha pressa, poderá ser comprada depois... aos bocadinhos.” Principiaram então as investigações. Em primeiro logar era preciso comprar o terreno perto das montanhas. Depois, era precise consultar a Companhia das Aguas e “depois” era preciso tratar das licenças. “Oh,” exclamou Betty, “não existiam tantas formalidades !” Mas a aposta estava feita e Betty sujeitouse a correr “seca e meca”, antes de poder iniciar a construcção da casa. “Sempre pensei que a agua fosse um liquido facil de obter, mas custa sabia: que uma fortuna por causa da canalisação. Nunca comprei tantos canos, torneiras e ‘canudos’ na minha vida,” murmurou com voz triste a infeliz Betty. “É a primeira casa que manda construir?”, perguntou o empregado da Companhia das Aguas. “S-j-m’’, respondeu Betty, quasi solucando. “Então vai ver o ‘bom e bonito”,” disse o empregado. “As despezas extraordinarias apparecem a todos os instantes; vai precisar de milhões de coisas e o preco da madeira está “pela hora da morte.” Betty, impressionada, chegava até a sonhar com cabides, dobradiças, fechaduras, maçanetas e... lamparinas. Os ordenados de Betty, como primeira actriz cinematographica eram pagos semanalmente e com esse dinheiro poderia fazer face ás despezas, se soubesse administral-o com caleulo e economia. Mas o film estava prestes a ser terminado... e lá se ia o ordenado semanal de Betty “pela agua abaixo”. O Director, porém. não gostou de um dos scenarios que representava um grande salão a bordo de um hiate e mandou construil-o de novo com grandes alterações. Isto significava que o film não seria terminado nem em cinco semanas. A Deusa Fortuna tinha ouvido as supplicas de Betty. A casa está agora quasi prompta e Betty diz sempre ás collegas: “Não ha nada melhor do que saber cortar o mal pela raiz. Agora nunca mais estarei sujeita aos augmentos dos alugueis de casa, nem ás exigencias dos donos. Desamarrei para sempre essa corda da minha... garganta.” noticias — Nos A casa construida pela actriz Betty Rose Clark — Cecil B. De Mille ultrapassa Vaudevilles de Nova “O Fructo Prohibido” Quando Cecil B. De Mille declarou que ia filmar a scena das visões de “Cinderella” na pelicula “O Fructo Prohibido” com um scenario inteiramente construido de vidro, como um palacio de crystal, todo o pessoal do Studio disse que isso era inteiramente impossivel. “É impossivel”, diziam todos! Mas Cecil B. De Mille não era da mesma opinião e a favor delle só estavam Alvino Wyckoff, o cinematographista e Howard Higgin, o Director de Sscena. Theodor Kosloff, o grande actor russo e chefe do corpo de baile, a quem tinha sido confiado o trabalho de desenhar os vestidos das bailarinas, tamber concordou com a opinião do Snr. De Mille: E s Os opponentes diziam que eraiċčimpossivel obter resultados satisfactorios na cinematographia com semelhante scenario, porque 0 reflexo do vidro na claridade necessaria para filmar a pelicula estragaria as photografias; que as despezas seriam enormes e inuteis e que esse palacete de crystal só produziria effeito num palco. Na tela o effeito seria nullo. Cecil B. De Mille, porém, preparou o logar apropriado para construir o palacio de laminas de vidro e escolheu o grande tanque do Studio, sobre o qual foram assentadas as primeiras “taboas” crystalinas. O logar nao podia ser melhor, porque no scenario, ao lado da grande escadaria de crystal, figuravam fontes, cascatas e lagos onde nadavam cisnes pretos. Feito isto, o Snr. Howard Higgin, director de scena, consultou o fabricante de vitrinas mais conceituado da cidade, combinando to dos os detalhes d'aquelle plano arriscado. Concluida essa consulta, ficou determinada mente deliberado que as obras poderiam ser iniciadas com a maior rapidez possivel. O vidro escolhido devia ter % de pollegada de espessura e como nos armazens havia falta d'este artigo, não foi facil effectuar a compra. ‘Foi preciso telegraphar a diversos fabricantes. que felizmente forneceram o material necessario em poucos dias. De accordo com a regra do Departamento de Arte, encarregou-se de desenhar os planos finaes do projecto. Planos como estes nunca tinham sido desenhados anteriormente n’aquelle Departamento, nem em qualquer outro studio cinematographico. As difficuldades a vencer não foram poucas, porque não se tratava de um scenario de madeira que qualquer carpinteiro poderia construir. Terminados os desenhos finaes, foi assoalhado o tanque com laminas de vidro da espessura já mencionada, o que deu resultados inteiramente satisfactorios. Fra um soalho que certamente poderia rivalisar em lisura e brilho com o do mais sumptuoso valacio de fadas da formosa “Cinderella”. No fundo desta plataforma de vidro, foi construida a grande escadaria de crystal. studio, 0 Depois foram construidas as paredes, tambem de crystal, com uma altura de vinte vés. Tudo isto foi feito tomando em consideracáo a posição da camara cinematographica que devia filmar aquelle bello e phantastico scenario sem fazer “fiasco”. Era certamente o trabalho mais difficil de executar, porque a claridade do vidro ameacava estravar as photographias. No meio d'esta pompa de crystal, de grande custo. ficou aberto um espaco de vinte vés de diametro, approximadamente. Uma grande redoma de vidro contendo uma immensa pendula de bronze com dois homens > PÁGINA 287