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CINE-MUNDIAL
Secção Luso-Brasileira
Ainda acerca da censura ás vistas animadas no estado de Nova York — “Ben Hur”, peça de grande pompa nas telas — Tambem a fita de grande successo “Get Rich Quick Wallingford?” — Nova secção addicionada ao codigo policial —
INDA sobre a lei da censura cinematographica, promulgada pela legislatura estadoal de Nova York, e a que me re
feri de leve na minha chronica do mez passado, julgo-a táo extemporanea e insensata como se ella fosse applicada á imprensa e ao livre pensamento individual garantido pela Constituicáo nacional.
Ora, imagine-se uma commissáo composta por um clerigo, uma beata e um puritano, todos tres muito boas pessoas e, indubitavelmente, possuidos de uma fé sagrada na salvacáo das almas e salvaguardando a moral publica segundo o seu modo de vér religioso e tacanho; supponhamos que, tomando em consideracáo os seus habitos e espirito asceticos, aos quaes tudo que é modernismo e semipagáo repugna e choca até as veras das suas almas penitentes, lhes dá na gana de censurar a exhibicáo de uma peca em que as actrizes teem de usar vestidos muito decotados e saias curtissimas, como as da moda actual; ou que se trata de uma tragedia grega ou romana, ou mesmo shakespeareana, em que os personagens apparecem semi-nús exhibindo a rijeza dos seus musculos e a flexibilidade dos seus nervos: nao seria isto um attentado contra a Arte e o realismo do theatro?
Pois parece-me que um tal attentado é tão repugnante ao senso commum do publico como se essa mesma commissão de censura tentasse dictar ao redactor de um jornal quaes as noticias ou artigos que devia ou não publicar.
Assom como os jornaes puramente religiosos são lidos por um limitadissimo numero de leitores, as vistas sem realidade nem arte tambem não attrahiriam a concorrencia do publico que busca distracção e recreio de natureza mais ou menos alegre e histrionica, essa qualidade que os medicos recommendam como bom auxiliar da digestão, desopilante do figado e antidoto do spleen, tudo males de que toda a humanidade soffre em maior ou menor escala, e muito especialmente nos tempos que atravessamos.
Que a cinematographia peccava muito, no seu começo, pela falta de realidade e carecia de Arte, não contesto esse facto que muitas vezes tambem censurei. De resto, tenho notado recentemente uma grande melhoria nas producções cinematographicas, as quaes teem sido acolhidas pelo publico com geral agrado, e o futuro d'esta industria promette ser muito brilhante e coroado de um exito phenomenal.
Os productores estão concentrando seus esforços artisticos e de alto valor moral, recreativo e educativo. O proprio publico já exige a alta comedia e o drama emocionante em vez das antigas palhaçadas que só attrahiam as massas incultas.
E porque o cinematographo já não se limita a uma certa classe de espectadores, mas está generalisado por toda a parte e o patrocinam todas as classes, que os productores se compenetraram da necessdiade de apresentar ao publico peças escolhidas e bem desempenhadas. Antigamente eram os comediantes de pequeno calibre que ornavam a scena mimica; hoje, são as figuras mais distinctas dos palcos que tomam parte nas telas.
O interesse da industria é a censura propria do que convem ou não exhibir. Injectar gente de nariz grande e vistas curtas é o mesmo que lançar uma nuvem de fumo para ofuscar as telas e não nos deixar vêr mais do que aquillo que o nariz não encobre.
Emfim, eu, que sempre admirei'aArte em tudo, quer seja revestida de-brilhantes farpellas ou núa como a Venus de Milo, aqui lavro meu protesto contra mais este attentado á liberdade esthetica.das gentes.
Revista das telas. (Por José Dias de Escobar)
Circula por ahi o boato de que a peça biblica de grande pompa, “Ben Hur”, que tem tido um enorme successo no palco legitimo, vae ser adaptado para cinematographia, sendo os direitos de producção comprados por um grupo de emprezarios: A. L. Erlanger, Charles Dillingham e Florenz Ziegfield, Jr.
Este projecto envolve uma despeza de $2,000,000 e estará prompto no principio da proxima estacáo theatral. Diz-se que os emprezarios antes mencionados pagaram pelos direitos de reproduccáo cinematographica, $1,000,000 e calcula-se que custará outro tanto para representar “Ben Hur” nas telas.
“Ben Hur” é um drama biblico baseado no romance do General Lew Wallace, dramatisado por William Young e posto em scena pelos emprezarios Klaw € Erlanger.
Consta que tomaráo parte n'este drama alguns dos principaes actores, nomeando-se David Wark Griffith, Douglas Fairbanks e Mary Pickford como interessados n’este projecto. É opiniáo geral que Douglas Fairbanks seria um excellente galá n'este drama, em vista do seu physico athletico e habilidade artistica, sendo o papel de Esther distribuido a Mary Pickford.
“Ben Hur” tem sido representado ha 21 annos nos palcos, e calcula-se que pelo menos foi visto por 20,000,000 pessoas. A receita total montou em $10,000,000 e os emprezarios dispenderam na sua produccáo cerca de $4,5000,000 e $500,000 em reclamos.
Este excellente drama já náo foi -reproduzido nas telas ha muito tempo por causa de litigio antigo sobre a propriedade dos direitos de reproduccáo cinematographica, o que felizmente cessou agora por consentimento mutuo.
Vae ser afinal reproduzida nas telas a bella peca “Get Rich Quick Wallingford”, versáo de George M. Cohan, que foi produzida pela Famous Players-Lasky Corporation e a Internaitnola Film Service Company, Inc., pela qual o publico aprenderá a arte de enriquecer depressa, se lhe agradarém os methodos empregados por J. Rufus Wallingford e Blackie Daw, os dois personagens principaes n’esta interessante comedia hilariante.
Esta comedia tambem tem sido causa de prolongado litigio, porqué o seu auctor se oppunha á sua exhibição nas telas, mas o tribunal deu sentença favoravel aos productores.
Os commissarios do districto de Columbia adoptaram uma nova secção do codigo -policial, addicionando cinco restricções especificas sobre a exhibição de vistas animadas; estipulando tambem que todos os regulamentos existentes contra espectaculos indecentes de qualquer genero sejam applicados aos cinematographos, “e que alem d’isso, são prohibidas as fitas:
“Em que as relações sexuaes são exhibidas ou reproduzidas por uma maneira tendente a corrupção da moral.
“Ou que sejam baseadas sobre a escravatura branca ou procura de mulheres.
“Que exhibam pessoas nuas, excepto creancas, ou pessoas tão despidas que choquem as sensibilidades ordinarias.
“Que mostrem demonstrações exaggeradas de amor apaixonado ou scenas de vicio.
“Que usem titulos -e sub-titulos contendo suggestões lascivas ou usem em conjuncção materia de 'reclamo, photographias ou lithographias d’este caracter.”
A pena por violacáo d’esta lei será uma multa não inferior a $5 ou superior -a .$45
dencia será revogada a licenca das pessoas condemnadas pelos commissarios. Os commissarios sáo obrigados por lei a
dar aviso de trinta dias de alterações nos regulamentos policiaes antes de poderem fazel-as valer. Assim, os novos regulamen
tos entram em vigor a 8 de Maio. O advogado municipal regeitou a recommendação de que fossem prohibidas as vistas animadas que ridiculisassem ou desmerecessem os clerigos. ou funcionarios publicos.
Em uma producção da Paramount. cujo auctor é Cecil B. DeMille e que será exhibida dentro em breve, toma parte no quarteto de artistas de primeira ordem que compõem as; principaes personagens, Theodore | Kosloffz dançarino, actor e pantomimo. Tambem xe presentam papeis importantes na mesma pro= ducção as actrizes Dorothy Dalton, Mildred Harris, ex-consorte do celebre Carlinhos Chaplin, e Conrad Nagel. Talvez a melhor das representações de Theodore Kosloff foi a sua interpretação do criminoso creado grave no “Fruto prohibido”
Ainda não foi escolhido o titulo para a nova producção, mas seguirá A peca “The Affairs of Anatol’ que foi concluida recentemente.
Paul Everton, que representou o papel de “Bill Hawkins” ma fita da Paramount, por Thomas Meighan, “The City of Silent Men’’, recentemente exhibida, toma outra vez parte com este artista popular da Paramount. Na fita “The Conquest of Canaan”, a mais recente em que Mr. Meighan desempenha “o papel principal, Everton representa o papel de “Happy Farley”, o desordeiro do logar onde se passa scena.
Tambem toma parte mesta producção, no
papel de “Mamie Pike”, a excellente actriz Diana Allen, que interpretou a heroina na fita “The Kentuckians”, reproduzida na tela pela Paramount. :
A Goldwin Pictures Corporation está preparando-se para celebrar o segundo anniversario da fundação da Eminent Author's Pictures Corporation, organizada por Samuel Goldwyn e Rex Beach na primavera de 1919, e marcando uma nova era nas relações do author com a tela.
Os primeiros membros que Constituent: a organisação dos Authores Eminentes manteem-se intactos. Todos aquelles que acompanharam Rex Beach na sua iniciativa, estáo agora occupados na preparacáo de novellas originaes para apresentacáo em vistas animadas ou na adaptacáo de romances e pecas. Alguns authores estão passando a maior parte do seu tempo nos “studios” occidentaes de Goldwyn, cooperando com os directores no verdadeiro trabalho de producção cinematographica.
A influencia da Eminent Authors Corporation tem sido immensamente salutar não somente por collocar a industria cinematographica n'um plano muito mais elevado do que nunca occupou antes, mas fazendo tambem com que os escriptores de peças para apresentação nas telas occupasesm um logar imsentação nas telas occupassem um logar imde forma que hoje muitos authores de nomeada n'este paiz e no estrangeiro contribuem suas locubrações originaes para oscinematographos, em Vez de dependerem em adaptações de peças theatraes e romances como antigamente se fazia.
Fará brevemente a sua estreia. a novel actriz, Helen O'Neil, na peça “Torchy Frame
_ Up”, producção da ¡Torchy Comedies e distri«pela primeira. offensa, e no caso de Feincio,
buida por, “Educational Exchanges”. Miss
Junio, 1921. < ===
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