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CINE-MUNDIAL
Seccao Luso-Brasileira
O grande comediante das telas, Carlos Chaplin, e alvo de uma manifestacao de sympathia. na sua visita á Inglaterra e Franca.—Douglas Fairbanks e Mary Pickford passam suas ferias no bella Paris. A sensacional pellicula “The Sheik”. Noticias diversas e revista das telas.
OMO os tempos teem mudado desde a epoca do jogral das córtes da Europa! Muita gente ainda hoje se deve lembrar dos tempos em que o publico e a sociedade elegante encarava a vida dos palcos como uma profissio peculiar a uma classe de individuos de baixa condicáo e sem posicáo social.
N’aquella epoca ninguem considerava os actores e actrizes, especialmente estas, como individuos em quem se poderiam encontrar virtudes ou moral; eram apenas gente que vivia do officio de entreter as classes abastadas; eram parasitos a quem o trabalho pesado repugnava e achavam o palco um meio facil de viver.
Não foi até que William Shakespeare, em “Inglaterra, e Antonio Vicente, em Portugal, e Moliére, em França, que o theatro assumiu um logar de estimação na mente do publico e os artistas começaram a ser julgados pelo seu talento artístico e a ter entrada franca nos circulos sociaes e nos palacios nobres e reaes.
Veiu, depois, a nova arte de representar nas telas com figuras animadas e mudas — o cinematographo.
Nos seus começos, os promotores desta nova arte e industria, valeram-se do recurso da horde de actores de inferior categoria, lançando mão, tambem, de gente leiga no officio, porque os artistas de fama não julgavam a nova arte ainda digna de ser honrada com a sua personalidade.
Mas desenvolveu-se a industria e consequentemente a arte cinematographica comecóu a attrahir ao seu seio não só os artistas de maior nomeada, como tambem os dramaturgos e novellsitas cuja fama litteraria retumba em todos os centros civilisados do mundo.
Por isso, pouco deve admirar que o celebre Carlos Chaplin, dos famosos pés tortos, tivesse sido recebido na Inglaterra, sua patria, e na França, com uma manifestação verdadeiramente retumbante, de que se podem gabar poucos reis ou imperadores.
Nascido de paes pobres, creado nos bairros mais obscuros de Londres, Chaplin acariciou uma pertinaz ambição de um dia poder transitar por sitios onde, então, as suas circumstancias não lh'o permittiam.
Assim, quando a prosperidade e a celebridade lhe facultaram os meios e a opportunidade de saciar-se da saudade dos logarejos que o viram vegetar, mas não foram testemunha da sua gloria e nomeada, elle aproveitou o ensejo que lhe dava umas semanas de lazer, para ir a Londres e, pessoalmente, sem os atavios e caracterisações que constituem o disfarce da sua individualidade, nas telas, apresentar-se aos seus conterraneos tal qual elle é, agora uma celebridade e um idolo dos frequentadores dos cinematographos.
Grande deve ter sido o seu rigosijo perante a manifestação da populaça que o acclamou como um principe da comedia cinematographica.
Crêmos que ainda nenhum artista foi alvo da uma manifestação mais tremenda e expontanea.
A demonstração de affecto a Carlos Chaplin não tem precedentes nos annaes das
individualidades que se tornaram celebres não | só nas telas mas nos palcos tambem.
Por esta razão, olhando o passando como elemento de comparação, é que vêmos revelada uma extraordinaria mudança nos habitos e costumes desde os tempos remotos em
| que o theatro era apenas um ensaio da arte de representar.
Carlos Chaplin está, pois, destinado a en$
| NOVIEMBRE, 1921
(Por José Dias de Escobar)
trar na galeria dos immortates, se a influen-elenco selecto, em 6 partes.
cia das massas de alguma cousa valer para esse fim. DO R R
Douglas Fairbanks e sua esposa, a consagrada artista Mary Pickford, tambem se encontram na Europa, onde tencionam passar algum tempo descancando das fadigas e rebolico dos estudios, permanecendo em Paris a maior parte do tempo e fazendo digressões entre a Inglaterra e a França.
A ultima pellicula de Fairbanks, extrahida do interessante romance de Alexandre Dumas — “Os 'Tres Mosqueteiros” — tem tido um exito monumental n’este paiz.
Fairbanks, no papel de D’Artagnan, é simplesmente como uma luva de pellica na mão de uma dama nobre; isto é, a parte encaixa exactamente no caracter d’aquelle popular artista.
Mary Pickford representa agora o papel duplo de mãe e filho, na linda peça “Little Lord Fauntleroy” cuja pellicula está sendo exhibida nos theatros de Nova York e outras cidades dos Estados Unidos, com mais ou
menos successo. * om *
A “Exceptional Pictures Corporation” ad
quiriu os direitos da bem conhecida peca “Grumpy”, por Horace Hodges e T. Wigney Percival, em que Cyril Maude obteve um grande successo em Inglaterra e nas Colonias durante um periodo de mais de quatro annos, e em que elle ainda está representando.
Tambem esta empreza possue a peca “The Smart Aleck”, extrahida do interessantissimo romance de Irvin S. Cobb, publicado no “Saturday Evening Post”.
O eminente escriptor inglez, Sir Gilbert Parker, que ha nove mezes se encontra na colonia cinematographica de Hollywood, no sul da California, partiu para a Inglaterra por causa de negocios particulares que requerem a sua presenca ali; porem, a sua estada na patria náo será prolongada e o notavel autor de pecas cinematographicas tenciona regressar para o estudio da Lasky, em janeiro proximo.
eR
William Fox vae produzir uma pellicula com o titulo “Cinderella of the Hills”, cujo papel principal será desempenhado pela novel actriz Barbara Bedford, que acaba de sex promovida á categoria de “eestrella” por aquelle grande emprezario theatral.
O romance d'onde foi extrahida esta peca foi publicado sob o titulo “The Little Fiddler of the Ozarks”, por John Breckenridge.
NS
“God's Crucible”. É uma pellicula em 5 partes, com um elenco selecto, e uma boa moral.
“The Iinfamous Miss Revell”. Produccáo da Metro, por Alice Lake, em 6 partes. O enredo encerra um mysterio empolgante e que prende a attencáo dos espectadores.
“The Rowdy”. Producção da Universal, com Gladys Walton no papel principal. O enredo trata de costumes e episodios comicos de: pescadores, em que ha pouco trabalho para a protagonista.
“Moonlight Follies”. Tambem produccáo da Universal, em que Marie Prevost desempenha o papel dé protagonista e revela realmente algum talento, apesar do romance náo offerecer situacóes de grande consequencia.
“Beating the Game”. Pellicula da Goldwyn, com Tom Moore no papel principal, é muito interessante e bem apresentada.
“Steelheart”. Producção da Vitagraph, com
Esta pellicula entretem muito com suas situacóes empolgantes e acção melodramatica.
“Camille”. Produccáo da Metro, em 6 partes, com a actriz russa Nazimova no papel principal. Repleta de symbolismos modernos, bem elaborada e representada por bons artistas.
“No Woman Knows”. Pellicula da Universal, com elenco selecto, muito emocionante e uma revelacáo da vida realista,
“Where Men are Men”. Produccáo da Vitagraph, em 5 partes e com elenco selecto. Revela a vida rustica do occidente americano, com muita accáo e lindas scenas.
“Passing Thru”, Produccáo da Paramount, em 5 partes, com Douglas MacLean no papel principal. E uma comedia rural em que a personalidade do protagonista é brilhantemente interpretada por aquelle actor.
“The Girl from God's Country”. Producção de Warren Bothers, em 7 partes, com Nell Shipman no papel principal, cheia de aventuras.
“The Affairs of Anatol”. Pellicula da Paramount, com um elenco de primeira ordem. Um successo extraordinario sob todos os pontos de vista, pela sua apresentacáo apurada e brilhante.
“Man and Woman”. Producção de Jans, em 5 partes, com elenco selecto. Esta pellicula é baseada na theoria de que “o habito faz o frade” e tem situacóes agradaveis.
* *k x
Charles Urban, grande amador da Natureza e promotor de assumptos classicos, acaba de completar a producção de “The Four Seasons” — as quatro estações — que é uma verdadeira obra mestra em quatro partes.
Em uma intervista disse o sr. Urban: “É singular que fallemos tanto da Natureza, em linguagem afinada em superlativos, tanto oralmente como em livros, e que ninguem nunca se lembrasse de estampal-a nas telas cinematographicas.”
Nºesta pellicula collaborou uma das autoridades da vida natural, o dr. Raymond L. Ditmars, curador da New York Zoological Society.
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O sr. Albert E. Smith, presidente da Vitagraph e Jean Paige, que representa o papel principal feminino na peça “The Prodigal Judge”, producção especial da Vitagraph baseada na novella de Vaughan Kester, e muitas outras pessoas, partiram recentemente para Cedars, uma pequena povoacáo canadense, situada na margen do rio S. Lourenco, onde muitas das scenas da pellicula seráo feitas.
A
Vae ser inaugurado um curso de estudo de cinematographia e escrever scenarios, na Universidade de Nova York, segundo annunciou o deáo sr. James E. Lough, da divisáo extramural. O curso será dirigido por Harry D. Westcott, diplomado pela Universidade de Yale em 1901, fundador da Yale Dramatic Association, e tem sido director de theatro em Nova York e teve larga experiencia nos palcos e nas telas.
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A sociedade elegante da cidade de Nova York tambem patrocina generosamente a cinematographia, especialmente quando a receita se destina a obras de caridade; por isso, a exhibicáo particular da pellicula “Forever”, da Paramount, que foi adaptada por George Fitzmaurice da novella “Peter Ibbet
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