Cine-mundial (1920)

Record Details:

Something wrong or inaccurate about this page? Let us Know!

Thanks for helping us continually improve the quality of the Lantern search engine for all of our users! We have millions of scanned pages, so user reports are incredibly helpful for us to identify places where we can improve and update the metadata.

Please describe the issue below, and click "Submit" to send your comments to our team! If you'd prefer, you can also send us an email to mhdl@commarts.wisc.edu with your comments.




We use Optical Character Recognition (OCR) during our scanning and processing workflow to make the content of each page searchable. You can view the automatically generated text below as well as copy and paste individual pieces of text to quote in your own work.

Text recognition is never 100% accurate. Many parts of the scanned page may not be reflected in the OCR text output, including: images, page layout, certain fonts or handwriting.

C I N E M U N D I A L ta declaraffto do Snr. Grec», faz Jús aos seus dotes de prrfeito cavallieiro o representa o inais authorisado elojrío ao trabalho incan^avcl e provcituso do Snr. Luiz Furtado líraga, ex-percnte da Agencia "Sestini".) — Naturalmente — accrcscenta Salvador Greco — seiii a larga libcralidade e o espirito niodernissiino do Dr. Darlet, eu nao poileria agora ter nein niesnio esbozado o uieu prograinina. . . Dcve-se a elle, portan to, como cliefe supremo da Casa, a syrapatbia "nova" conquistada por esta... E, nuní toni seriissimo: o Ur. Darlot é o verdadeiro typo eniprchendedor: "the business-man", lÁ como dizem os tcus americanos. . . Á primeira vista julga a gente (¡ue um homeni de sciencia, como elle é, nao possa ter a sua actividade pasmosa de commcrciante nato, mas é um facto. Com a acquisivao da Agencia Sestini, o Dr. Clautje "estreou" brilhantemente -na clnematograpbia, a industria mais astuta do Brazil: mas fi{]ue certo V. de que elle irá ainda muito longe. . . Indagamos particularmente desse hnraeni que muitos ainda nao conhecem. . . senáo nos retratos: O Dr. Claude Darlot nasceu nos Estados I^nidos de familia franceza; passou a o lirasil em plena infancia e tanto se apaixonou por esta térra, que nao exitou em pedir-lhe a quasi totalidade dos seus direitos políticos, naturalisando-se. Nao temos certeza si o mesmo fez sen mano Hienry, que actualmente se acha á testa da Agencia de compras em New-York, mas tudo leva a creer que sim. . . Temos portanto no nosso Brazil elementos nevos que contribuem a soprar para o incremento das rela^oes cada vez mais. . . apertadas do Géca Tatú com Tic Sam. . . e fazer fitas. . . de Cinema. . . (com vistas aos productores europeos!) — Entre, entre — esclama de repente Salvador Greco a um cliente de Coritiba — faz favor, sente-se. Gibamos assustados para o Salgado que, com ares de quem nao tem pressa, sorrí quasi a zombar da nossa má sorte. . . Decididamente, nao nos é possivel, arregimentar os assaltos planejados contra a paciencia do Gerente da Darlot. Pelo contrario, vamos sendo. . . a victima. O novo cliente de Curitiba (que viajou dois días de ferrocarril para apegar-se ao Darlot) entra. . . a queixar-se dos Cinemas, dos films, da concurrencia, etc., etc., — lamurias muíto naturaes para quem deseja obter mais do que pode. . . Deixamos ao Salvador. . . a salva^áo do cliente e resolvemos fazer um. . . inquerito por nossa conta. O primeiro appello foi dirigido á nossa memoria. Si esta nao nos falba, a Agencia Darlot, comprando o immenso stock de films do Sestini, nao se limitou apenas á Ur. Claude Darlot exploragao dos films: entendeu que tambem ella poderia ser a "primeira" exhibidora das suas pelliculas e cogitou logo de comprar, installar ou arrendar theatros e Cinemas para tal fim, possuindo ella boje em Pernambuco o Royal e O Guarany, transpbormados num belHssimo local de exliibi^ao; no Rio de Janeiro o "Cine-Palais" e o "Parisiense", arrendado da Etujireza Staffa; em S. Paulo, o Tbeatro Avenida; em Santos, o Parisiense, sub-arrendado para a Cia. Cineraatographica Brazileira e, novamente, no Rio de Janeiro, cogitando a construc^áo de outro Cinema-monstro, cujo nome foi obtido a um referendum entre o publico carioca, que nao exitou em dar a maioria de seus votos para o excepcionalmente symbolico de "Ypiranga", nome caro a todos os brazileiros, particularmente aos paulistas por leinbrar a collina fatídica em que, a 7 de Setembre de 1822, se proclamou a independencia deste immenso Paiz. Quanto á actividade nos films, a Empreza Darlot conseguiu assegurar-se a exclusividade para o Estado de Sao Paulo e Sul de Minas, da Agencia Universal; compra os principaes films em series; possue a privativa da Triangle, Metro, Pieture, Selznick; a exclusividade das finissimas comedias de Keystone e lanzara brevemente os films da Fox c do Primeiro Circuito Nacional dos Exhibidores. . . Como se vé, todas fitas norte-americanas, sem nenbum aceno á produc^ao europea. Volta a Salvador: Vosés nao tratam de importar films italianos?, perguntamos. — Naturalmente que sim — responde-nos t' activo Gerente do Dr. Darlot — ; nao podemos deixar de attender ao gosto e preferencia duma gran<ie massa de pul)lico brazileiro. Particularmente pensó, que nao se pode evitar a sensa^ao dum tilm ou dos films artísticos europeos, principalmente latinos, cujo temperamento, todos sabem, cala fundo na sensibilidade Itrazileira: sao razoes de ra^a e de affini(iade de caracteres: nada mais. ü publico brazileiro aprecia em alto grau o esforzó, .1 tenacidade, os "raids", digamos assim, iiue conseguirán! effectuar os yangees para dominar o campo cinematographico (leste paiz: admira excepcionalmente os sentlmentos gentis que os productores norte-americanos trihutaraní aos seus gostos, procurando proporcionar-lhe films (lue a elle mais se approximassem, mas. . . francamente — e o sabem os proprios norte-americanos— consegueni estes mais successo nos seus films "nacionaes", do que ñas imita^oes dos extrangeiros. . . "Cleopatra", "A snra. Du Barry", "Os Miseraveis", etc., etc., informam. Por etnquanto, prosegue o Snr. Greco, nao temos nenbum film europeo importante para lanzar; estamos em vesperas de concluí rmos bons negocios, afim do que, muito em bre^e, os nossos clientes» possam exbibir aos seus frequentadores essa produc^ao. É fatal a reconquista do proprio antigo logar, pelas Casas europeas; e tanto mais rápida será o seu accesso, quanto mais tempo durar a baixa do seu combio, o que facilita enormemente as compras. . . Esta abí o lado material a collaborar corrí as razoes sentimentaes. Na acha, amigo Caruggi? Concordamos. Com effeito, a opiniao "particular" do Snr. Salvador Greco ■ é a opiniao "geral" do nosso publico, o qual, repetimos, embora nao deixe de prestar o seu apoio aos films americanos, prepara naturalmente o seu espirito para as grande produc^oes italianas, francezas e mesmo allemáes, que, em breve, ¡nvadiráo os mercados. Emquanto o Gerente da Darlot conversa com o Snr. Salgado, sobre assumptos que nao sao da nossa aleada, esquivamonos prudentemente de interrompel-os. Vamos observar lá fora, nos vastos armazens da Darlot, o movimento da AgenciaSalta a olhos vistos o seu extraordinario augmento, o que obrigou o Snr. Greco a effectuar algumas mudanzas de sec^oes, afim de economisar espado. Assim, o escriptorio da Agencia que, antes se achava, logo á entrada da mesma, passou para o fundo do local; o corredor que outrora dividía ao meio as secí^oes lateraes das estantes dos films, boje foi unido numa única, grande sala, com balconada para a frente, ^fim de attender á entrega das A Agencia Darlot, Rúa Victoria, Sao Paulo. — Aspecto interno da agencia. — Gabinete da gerencia. Abril, 1920 < ■ > Página 425